Paulo Freire dizia que o professor, no primeiro dia de aula, ao olhar para os alunos na classe, tinha a capacidade de escolher quem teria ou não sucesso naquele ano letivo.
Me lembrei disso, horas atrás, ao assistir ao documentário Que Letra é Essa?, de Pedro Rocha, na retrospectiva do Santa Maria Vídeo e Cinema (SMVC).
O filme apresenta Patrick, um menino pobre que, em meados de 2002, está na 1a. série do Ensino Fundamental. Em 2004, o diretor o encontra estacionado no mesmo ano primário, ainda sem conseguir decifrar as letras, tampouco os números.
De quem é a culpa por esse insucesso?
O documentário oferece pistas.
De início, sabemos, por crianças da vizinhança, que Patrick não é um menino fácil de lidar. As professoras consultadas elencam certos aspectos da situação familiar que poderiam ter contribuído para o desinteresse do menino nas aulas. A questão social está envolvida.
O pai do menino, por sua vez, se exime de culpa e ataca as professoras, “que caminham pra lá e pra cá”, “dizem que ganham pouco” “e não ensinam”.
Mas o depoimento da mãe me fez pensar de Paulo Freire e do ensinamento, contido no livro que dá título a esse post, “Cuidado, Escola”. Eu não achei um “culpado” pela situação do Patrick, mas valeu pela reflexão.
O filme está aqui:
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